Vulnus
Quem ama em torno tudo vê,
Folgas estremesse, ri, sonha, respira e Crê.
A Crença doira e azula o Círculo que o cirge,
Da Vópula do bem, o grau supremo atinge;
Eu também já atingi este supremo grau,
Também fui bom e amei, e hoje, odeio e sou mau,
E a culpa sois vos, visões encantadoras;
Vigilias desleais, desleais eleonoras;
Minha alma juvenil, ígnea e meridional;
Num longo sorvo hauriu o perfido e letal;
Filtro do vosso escuro e poderoso encanto;
Aos vossos pés, derrubei tantos castelos,
Tantos sonhos se despediçou, tanta luz se perdeu...
Amei! Mas nenhuma só de vos me compreendeu.
Raimundo Correia